terça-feira, 9 de março de 2010

Drama - Parte II


Na manhã de terça-feira, nublada e sem chuva, todos alunos estavam secos. As aulas ocorrerram normalmente, sem nenhum tempo de História. Porém, com um tempo de Educação Física, a última aula antes do almoço. Dexter e Dalila ficaram no mesmo time de vôlei, dividido pelo professor.
Dalila sacou primeiro, fez um ponto. O time deles fez mais alguns quatro pontos, quando Dexter foi sacar. Sem ser de propósito, seu saque falhou e foi bater logo na cabeça de Dalila, que estava à sua frente. Ela olhou para ele, irritadíssima, e a guerra começou. Todas as vezes que um encostava na bola era para afetar o outro. Logo os saques dos dois foram banidos. Porém, quando Dalila conseguiu cravar as mãos na bola, atingiu em cheio o braço direito de Dexter, que foi para o banco.
A aula terminou, e quando Dalila ia passando para se trocar, Dexter segurou seu pulso.
- Qual é, hein?
- Você começou, seu imbecil.
- Não foi de propósito.
- Então me desculpe.
Ela puxou o pulso e apertou o rabo de cavalo, indo ao vestiário.
No refeitório, Dalila pediu um suco para acompanhar um sanduíche natural. Sentou-se com Olive, Becky, Lane e Ashlee num mesa próxima à porta. Logo começaram a relatar suas sextas, todas ficaram bastante horrorizadas com fim trágico da sexta de Dalila.
Dexter pediu um copo de suco com um sanduíche também, e seus amigos tiveram a ideia de sentar ao lado da mesa de Dalila. Ela estava na ponta da mesa, e o lugar que sobrou para ele foi a ponta da mesa que se encontrava justamente com a ponta dela.
Como o resto de seus amigos pediram para narrar sua sexta, ele nem se importou com a presença dela. Porém quando ele chegou justamente na parte em que os olhos de Dalila se enchiam de lágrimas, os risos de seus amigos se acentuaram. E ela, sem pensar duas vezes, parou de fingir que escutava a narrativa de Becky e despejou o suco na cabeça de Dexter.
- QUE É ISSO? SUA... VOCÊ É RIDÍCULA! - o refeitório se calara. Dexter fez a menção de desperdiçar seu suco no rosto de Dalila também, mas ela deu um tapa em sua mão e derrubou o copo no chão.
- PÁRA DE FALAR COMO SE EU TIVESSE ARRUINADO SUA VIDA! - ela gritou - NÃO DÁ PRA ME ESQUECER? FINGIR QUE EU NÃO EXISTO?
- Bem que eu gostaria. Mas você gosta de me deixar de mau-humor.
- Você acha que levar uma surra de dois brutamontes melhoraria seu humor, então?
- Quem sabe eu não estaria mais calmo agora!
- Tá bom. Se lembre que eu também não sabia que era você. Se eu soubesse que era você ali, sem dúvida teria ajudado aqueles caras – e então ela saiu do refeitório, em passos firmes.
Quarta-feira, o dia começou do jeito normal. Porém Dexter estava super animado para finalmente ter a carteira de motorista naquela tarde, e logo depois comprar um carro, mesmo que velho. Ele tinha juntado dinheiro justamente para isso: Comprar um carro velho e reformar. Ele se sentia frustado por ter tirado essa ideia da Dalila, que retocara a pintura amarela do seu Cadillac na terça à tarde. E agora o carro dela estava só com o banco do motorista, que fora substituído por uma poltrona de um Fusca. Com certeza estaria cobrindo os bancos do clássico Cadillac. Às cinco horas, Dexter já estava numa precária loja de carros. Acabou decidindo levar um empoeirado Opalla verde.
Na seguinte segunda-feira, seu carro estava com um tom lustrado de verde, o painel reconstituído, um bom som, bancos de couro. E o motor, claro, fora totalmente reformado. Agora estava até bastante econômico.
E foi justamente na segunda que o sinal fechou, e ele parou ao lado de Dalila no seu Cadillac com bancos de estampa de oncinha. Ela estava com óculos escuros e escutava Beatles. Dexter também estava com os olhos protegidos por um wayfarer e também cantarolava Beatles, mas era outra música. Os olhares dos dois se encontraram ao mesmo tempo. “Baby it's you” se misturou com “All I've got to do”. Eles se encararam ainda por um tempo, até ouvirem a buzina dos carros atrás avisando o verde do sinal.

CONTINUA NO PRÓXIMO POST...

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