terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Metrô - Parte I


Bom, esta história começa bem dramaticamente urbana. Mas, de que outro modo seria? Quando ela se passa na maior metrópole do mundo: Nova York. Com todas suas cores e contrastes, mais uma vez nos renderemos ao irresistível magnetismo sobrenatural que toda essa cidade tem. E você com certeza espera encontrar personagens excêntricos com uma boa história para contar, como todo e qualquer conto de NY necessariamente tem.
O nosso começo dramaticamente urbano é o seguinte: Uma garota acabara de perder o metrô. E o próximo, além de levá-la atrasada à escola, estaria lotado por conta de que em extamente cinco minutos começaria a hora do rush. Estranho, não é, como essas coisas tem hora marcada...?
Ela olhou, incrédula, a porta do vagão se fechando exatamente quando ela pisou na linha amarela.
- Cacete. - disse ela.
Cacete não era o bastante para representar sua frustação. Acordara 24 minutos atrasada por um motivo desconhecido, alguma idiotice de fábrica do rádio relógio. Correra feito louca, não tomara café, se arrumara de qualquer jeito, esquecera o estojo de canetas, e fora molhada por um taxista que não vira uma poça d'água na rua. Agora estava suada, molhada, ofegante, atrasada e principalemnte irritada. Prometeu a si mesma que pisaria no rádio relógio com um salto alto assim que chegasse em casa. Mas depois se lembrou que não tinha sapatos de salto alto.
E assim que dissera o palavrão, percebeu que alguém dissera em unissono com ela, e esse alguém estava à sua esquerda, e também ofegava, com as mãos nos joelhos. Olhou para o rapaz, e ele para ela, e repetiram, com rancor:
- Cacete!
Se entreolharam com desprezo. Ele também estava suado, molhado e visivelmente irritado. E os dois se irritaram mais ainda quando um garoto passou correndo e empurrou ela na direção dele. Ela cambaleou e caiu em cima dele.
- Sái de cima de mim! - Dexter disse, agora também dolorido.
- Como se eu quisesse estar em cima de você! - retrucou Dalila, dolorida e ainda mais irritada, somando os olhares risonhos de outros passageiros. Ela tentou se levantar, mas, que pena, a sola molhada de seu sapato escorregou e a fez cair novamente em cima de Dexter, que estava tentando se levantar e “deitou” novamente no chão.
- Dá pra sair? - pediu ele, num nível de estresse absurdo.
Dalila apenas se apoiou nos ombros dele pressionando-o contra o chão, com raiva, e o fez sentir ainda mais dor. E se ergueu pondo a mochila no ombro. Ele ergueu o tronco, se apoiou no jeans de Dalila para se levantar, e a despiu.
- IDIOTA! - Dalila gritou com raiva, ouviu risos de alguns espectadores, e mal acabando de subir a calça, meteu um sonoro tapa no rosto de Dexter.
Ele a olhou com olhos arregalados e passou a mão pela marca vermelha de cinco dedos nas sua bochecha.
- Eu te odeio! - afirmou Dexter.
- Eu não me importo. - Dalila disse e virou-se de costas, esperando o metrô. Ele se postou atrás dela e ficou olhando de cara amarrada os cabelos castanhos e lisos que estavam demasiadamente bagunçados.
Bem, você já deve ter percebido que ódio é uma boa palavra para definir o que esses dois sentiam um pelo outro. Era raro uma vez que Dalila e Dexter se encontrassem sem que houvesse um barracozinho sequer. Dalila já saíra suja de molho de tomate e com o cabelo enfeitado por macarrões e pedaços de almôndegas do refeitório, e Dexterexperimentara a dor de um chute bem mirado nas partes íntimas. Os dois causavam dor e irritação um ao outro, e ninguém sabia direito o motivo, nem mesmo eles. Talvez uma prova mal pescada no primário, ou qualquer outra coisa nos tempos de criança, uma vez que eles sempre se mudavam para as mesmas escolas. Não tinham um real motivo para se odiarem, nem se conheciam direito, não sabiam nada sobre o outro.
Dalila tinha olhos cor de mel, cabelos castanhos e muito lisos, cortados logo abaixo do ombro, e com uma franja em cima da sobrancelha. Era bem magra, de poucas curvas e não muito alta, devia ter no máximo 1,70. Dexter era extremamente ruivo, de sobrancelhas claras e cílios loiros, olhos assombrosamente verdes. Também era bem magro e tinha 1,81 de altura.
Os dois subiram no vagão, agora mais calmos. Porém ainda molhados. Estavam com uma aparência bizarra, os casacos sujos de lama, as mochilas molhadas e os cabelos muito bagunçados.
Dalila sentou-se numa cadeira próxima à porta desembarque e Dexter ficou logo atrás dela, pôs os fones de ouvido, e fechou os olhos para não voltar a se irritar com o volume muito alto que vinha dos fones de Dalila.
Ela sentiu um ódio repentino quando o metrô partiu. Ódio de ter que acordar muito cedo, de despertar atrasada, de ficar com fome, de esquecer objetos, de taxistas gordos e retardados, e principalmente de ruivos idiotas e metidos a engraçados. E sentiu um alívio em saber que teria a carteira de habilitação em uma semana e o direito de gastar o dinheiro que economizara há tempos em um carro.

CONTINUA NO PRÓXIMO POST...

4 comentários:

  1. Posso classificar sua história como: irresistível. A leitura flui naturalmente e quando se chega ao último ponto final, uma pontada de frustação deixa o leitor com uma vontade de falar em alto e bom som: Cacete!. Realmente está muito boa, e fico muito feliz em saber que você escreve tão bem. Parabéns Mali *-*

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  2. eu já li a história toooooda e tipo, é peerfeita! *-* dá vontade de ler mais, sem parar! :D' e fico muito feliz em saber que você escreve tão bem (2' Vaaleu Mali e saudadees *.*

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  3. UAHUAHUGAU! esse incio foi demais! existe mesmo aqueles dias q NADA da certo!ta muito boa! vo acompanhar viu? vou perseguir cada cap!Adorei a descrição deles tb! To louca pra ver o carro q ela vai comprar!

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